quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CAMINHEIRO DE TRILHAS




Pisa pedra,cai cascalho, poeira solta;
Um escorregão aqui, outro bem alí.

Turista caminheiro
por aqui vai encontrar
terra batida aqui,
poça d'agua acolá
um pisar distraído...
e a profundidade da gruta
a deslumbrar!

Pisa forte em largas trilhas
com o sapato a desmanchar!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CANTAR



CANTO O CANTO DA VIDA
QUE NASCE DO INTERIOR DA TERRA
QUE NASCE DO INTERIOR DO HOMEM
QUE MESMO SEM SABER
LUTA POR UM MUNDO NOVO
POIS EXISTE VIDA POR TRÁS DA JANELA....



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

É PRECISO AMAR



Amar o mundo mais que se possa sonhar
para que o bem triunfe
e a paz possa existir.
Para que energias criadoras
do universo estejam evoluindo
crescendo, ocupando espaços,
eliminando vazios.


Amar o mundo é preciso
para que a busca incessante
de Infinito se faça sentir
em cada homem,
em cada ser criado
e que a força criadora do PAI
ACONTEÇA.




sábado, 22 de agosto de 2009

AVES DE ARRIBAÇÃ




Levantam voo pequanas
Aves de arribaçã.
Arrisca breve voo
Até a esquina
Ou o quarteirão,


Pequenas aves voam
Voam para além
Céu aberto então.
Querem novo ninho
Distante nova invenção.


Bem distante vão
Levam apenas lembranças
Do antigo ninho
Não querem voltam
Nunca mais não.


No próxima verão
Outras aves virão
As que se
Foram, nestas paragens
Voltam mais não!





quinta-feira, 23 de julho de 2009

SAUDADE




Subindo os degraus da escada da vida,
vejo nostalgia nascer e crescer
em meu peito sem que
nada possa fazer.
Contra ela que poderei arremessar
para melhor a matar?
- Nada, pois tudo passa,
até a emoção de um momento
ou de uma espera...
Espera talvez de uma saudade
que se juntará a tantas outras.
E sigo. Para onde?
Depois tudo passa...
Que sobra de tudo?
-Quase nada.
Talvez uma pessoa a menos
e uma saudade a mais!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

AUSÊNCIA




Sede que se faz profunda busca
de não sei quê,
infinita e rabuscada no sentir amoroso
que se queda todo
no lago profundo de você.


Sede que se alastra violenta
no âmago fecundo do meu ser.
Seca-me a boca, queima-me o ventre
racha-me por dentro na ânsia louca
pela terra árida de teu ser.


Sede que se faz presente
naquele que se fez ausente
no tempo tórrido do meu ser.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

PRECE AO AMOR MAIOR



Tu és a prece
que murmuro
em noites de insônia
Tu és o meu calor
das noites de inverno,
Tu és o murmúrio
das águas dos meus olhos,
Tu és o objeto amado
que meus dedos afagam,
Tu és o fetichismo
que ambiciono e venero,
Tu és o meu céu
e o meu inferno.
Tu és o sol que vislumbra
em meio as trevas,
Tu és o fruto proibido
que do pomar alheio roubo,.
Tu és a vida
que ressurge na morte,
Tu és homem dentre os homens,
tu és as letras descompassadas
das folhas do meu destino
Tu és de todos os males
o mais assassino.
Tu és o amor
que não sonhei,
Tu és o impossível
dentre tantas possibilidades,
Tu és a doença câncer da saudade.
Tu és a árvore onde à sombra
armo minha rede.
Tu meu amor,
és água e eu tenho sede

quinta-feira, 28 de maio de 2009

PISANDO O PASSADO




Pise devagar neste chão
Pise pé-ante-pé
Carinhosamente
Com todos os sentidos
Falando à ouvidos.

Pise devagar neste chão
Pisando em ovos
Amorosamente
Com todo cuidado
Nele está teu passado enterrado

quinta-feira, 14 de maio de 2009

ILHADA


Vou-me embora desta terra
Para aqui voltar mais não
Levando pouca coisa
Pra não pesar o matulão.

Casa moderna eu levo
Dobrada feito lençol
P’ra proteger dos bichos,
Do frio, da chuva e do sol.

A lâmina cortante na ‘algibeira’
Pois dela vou precisar
Frutos, cocos, cipós
E mata virgem pra cortar.

Com muito zelo uma panela
Sobre gravetos vou usar
Não sei bem qual a serventia
Mas sei que dela vou precisar.

Em meio a bagagem primeira
O Livro Sagrado irá
para nas horas de desânimo
Nova esperança encontrar.

Comigo olhando as estrelas
A flor de meu jardim estará
Perfumando a solitária ilha

E de amor as trevas iluminar

quarta-feira, 13 de maio de 2009

SER NEGRO II



Ser negro
não é propriamente ser negro!
É estar negro:
pelo egoismo,
pela discriminação,
pelo desamor,
pela ingratidão,
pela falta de fraternidade,
pelo racismo.
Ser negro
não é uma questão de cor.
É uma questão de CORAÇÃO!

domingo, 10 de maio de 2009

O Berço do mundo




O ser que emerge das águas
Transforma o corpo,
Muda a visão da vida,
Enche o campo de flores.

É o pequeno mundo
Que sem pretensões chega
E sem mais ver
Dá um novo sentido de ser.

De ser um tudo
Sem contudo ainda ser.
Ser que se desmancha de zelo,
Para o novo que já deseja ver.
E sente o dia ensolarado
Chuvas caindo em telhados
Frio e calor em um corpo
Transmudado.

Já não há a outrora beleza
Nem a segurança da mocidade.
Em seu lugar um enjôo,
Um mal estar e um desejo.
Há a ânsia e a incerteza
Que não dura muito
Só nove meses
Nesta nova beleza

Estavas já mãe desde criança
E mãe serás para sempre,
De teus filhos, outros filhos fecundo
Porque de Deus ganhaste confiança
De com Ele embalar um berço
E de tuas mãos gerar o mundo.

domingo, 12 de abril de 2009

METAMORFOSE




O ar muda.
A dança muda.
A muda dança
E faz a mudança.

...mudança de tempo
Hoje.
Amanhã.

...mudança de lugar
Ora cá.
Ora lá.

...mudança de estado
Sólido, denso.
Gasoso, fluido.

A muda dança.
A dança muda.

Passa o passo
E o passo apressado
Passa.

E a muda muda
Seu estado,
Seu tempo,
Seu lugar.

Fui? Ou fomos?

quinta-feira, 26 de março de 2009

JOGO DE DNA




Ligo a televisão.
Na telinha imagens mostram-me um corpo...
se desfazendo ao longo do tempo.
Dois esqueletos bailam num “suave é a noite”.
E suas células partem-se e se repartem às minhas vistas.
Uma morre e outra nasce num indo e vindo
de vida microscópica e infinita.

E sou eu que morro e renasço
em instantes, em um dia.
Sou eu que me fito por dentro e por fora
em rápidas mudanças de tempo.
Se alguma coisa se atrofia por dentro,
transformações ocorrem por fora.

E isso sou eu!

Sou uma célula corrompida.
Sou uma ruga, uma estria.
Um olho opaco,
Um osso poroso.
Um músculo atrofiado,
Uma veia meio entupida,
Um coração cansado.

Mas ainda gente sou!

Na telinha vislumbro tais coisas?
Sinto-me adolescente,
quase criança sou,
Num emaranhado de conhecimentos do tempo
Que há muito já passou.

E meu espírito mais velho
ainda novo continua
Nos trinta anos ainda estou.
Vou partir mas vou contente,
Deixo-te sorridente me lembrando
No DNA que chegou.

domingo, 22 de março de 2009

CICLO VITAL



Continuar...

É necessário que se continue
de alguma forma.
Mesmo que depois tudo se acabe,
porque tudo é findável.

É o tudo que se transformará
aos poucos em nada novamente.

Mas, é importante continuar...
mesmo além da morte,
porque é na morte
que existe a vida...

E mesmo na morte ou na vida
é necessário continuar...
continuar...
continuar...
continuar...

segunda-feira, 9 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009

SILÊNCIO PARA DENTRO





Silêncio que o pássaro negro
entoa seu canto

na noite do jardim
tão cheio de flores
e tão cheio de mim.


Silêncio que eu canto
o canto da vida onde

às vezes soa a busca
de todas as coisas que
ora clareia mentes, ora ofusca.


Silêncio que na noite adentro
uma criança chora

seu choro de fome magoado
sentido, sofrido,
por ter sido pela vida mal amado.


Silêncio de teus sentidos
é preciso pra ouvir
meu canto, meu pranto
sentir o que sinto e,
sonhar com novo porvir.


Silêncio para gritar à vida.
a falta de vida
indolentemente, insolentemente
dentro da própria vida
( descrente?!)

Silêncio que de silêncio é preciso
para se tornar mais gente
para se fazer presente
para ser consciente
no aqui... no agora.




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

COISAS DE JARDIM



Rosas em botão
ou um botão de rosas.
Rosas de rosa
para várias especies de Rosas.

Rosas para Joana,

Rosas para Maria.

Não importa a quem se destinam as rosas...

Cantemos as as rosas pois

são rosas de amor

rosas de amizades.

Enfim:
Rosas para ti,
Rosas para mim!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A MASSA


A fila caminha lentamente....
Penetra no estádio exitante.
Aos poucos se misturam numa massa multicor.


E misturam-se:
Anseios,
esperança no amanhã,
sofrimento pela fome,
luta pelo cotidiano,
sentimentos sufocados,
opressões interiores...


Mistura-se a mistura que a vida faz.
Personagens ridículos surgem e desaparecem.

De ânsia e desejo pela palavra
( sufocada!)
a massa levanta
e volta a sentar desanimada.

De repente, a massa oprimida
num momento de frênesi coletivo,
levanta vitoriosa
esquecida do próprio ser que é
e no momento sagrado de união,
em torno de uma mesma emoção grita:

GOOOOOOOOOOOOOL!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ALIMENTO



Em um momento qualquer
quando chegar o tempo certo
comerei com gosto e devagar
toda a essência do teu ser.
O bom sabor baiano
me causará tamanho prazer
que deleitar-me-ei no gozo eterno
e infinito de nós dois.

.....................................
Então me farei passar
lentamente da tua boca
para o teu estômago,
passando minha essência
para teu sangue
que indubitavelmente findará
por chegar ao teu coração.
Percorrerei todo o teu corpo,
e assim, acreditaremos
que toda ação,
seja saboreado ou deglutida,
é um profundo
ato de amor que nos fará fortes
para pisar espinhos e pedregulhos
olhando para o imenso
horizonte à nosso frente.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

PÁSSARO




Novamente alças vôo,
partes não sei p'ra onde...
Vagas simplesmente e sem permissão
perambulas ora aqui, ora alí.


Buscas um não sei quê de mistérios e pelas estradas
vislumbras fugazes e nebulosos,
belos como os campos de trigo
e passageiros como os ventos ferozes...


Partes e a cada partida uma onda de emoções vais deixando
pelas estradas vermelhas de veias que aceleram
o compasso de meu coração. Quando partes asiim
já fico esperando noites de solidão.


Se vais me deixas sozinha, ,no peito fica a ilusão
de que ao voltares, as manhãs sejam de flores
e de belas canções, de porvir multicores,
e do príncipe encantado, os amores!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

SENTIMENTOS




Teimoso ele parte. Tento retê-lo,
mas inconstante, rebelde, vai...

Percorre estradas, montanhas, morros,

desertos, mares e céus.
Queima-lhe os pés - o sol.

Molha-lhe o rosto - a chuva.

Nada o impede de prosseguir.

Há abismos, há terra causticante,

pantanais e gelo...

O clima muda mas ele prossegue...

Onde será, da reta, o final?
Eu fico e imagino o que sente, o que vê.

Eu fico e meu coração unido aos seus passos,

é corpo ligado ao espírito.

Sinto o que sente, vejo o que vê.

Como árvore fincada a terra permaneço.

Como águia livre ao céu, vôo.
Ligados um ao outro somos:

carne-corpo, pensamento-espírito.

Todos em um só porto: vida!

Distantes e juntos,

unidos e separados,

controlador e desvairado,
em busca de um mesmo sonho:

Felicidade!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

ROMARIA


Ao chegar janeiro a ansiedade se aloja
em todo coração sertanejo
das terras de São Sebastião.
Um sentimento contido,
sufocado e quase esquecido,
que teimoso
sacode a poeira
do tempo a passar,
vitorioso se levanta por todo o chão,
onde se encontram os filhos deste sertão.
Em busca de parentes, felizes partem,
já sentem o encontro dos amigos
e a benção do Santo Sebastião.
e no clima harmonioso se misturam
alegrias e saudades,
sonhos e esperanças
que sem adjetivos para externá-los
só se pode entendê-los
à luz do coração.
Ao partir desejam pouco,
apenas do santo a proteção
para voltarem novamente
às terras deste sertão!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ESTRELAS



No céu constelações brilham num pisca-pisca
Refletido em nosso olhar .
Fazem-se estrelas-guias para reis e homens

Mostrando rumos, apontando caminhos

nas noites escuras da amplidão.


Na terra quantas estrelas haverão?


São homens que alumiam caminhos,

abrem espaços, ensinam e aprendem:
São pontos de luz na obscuridade dos caminhos.

No céu umas já não existem

mas a luz ainda se reflete
onde um dia existiu.


Na terra outras também já não existem,

porém se irradiam na lembrança,

perpetuando sua luz por onde um dia passou.


E ambas continuam brilhando

tornaram-se estrelas de vida,
modelos para os que ficaram .


Somos pontos de luz, mesmo que tênue:

para uns, grandes fachos

para outros, simples chama de vela.


Luzes no céu, luzes na terra somos,

iluminando nosso irmão
,
para transformar este chão!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

IRMÃ MORTE



Irmã que ninguém gosta de pensar.
Gêmea da vida, siamesa negada,
jamais esquecida, quase nunca mencionada.
Estás do lado de fora,
em qualquer esquina,
em qualquer bar.
Intrínsicamente ligada qual mãe
ao cordão umbilical.
À alguns um tanto quanto ansiada
já por outros jamais lembrada.
No entanto, eterna companheira,
invisível a perscrustar os passos,
a cada caminhar, num doce olhar.
E de repente todos os segredos
da vida por ela serão revelados.
E através de leve suspiro
ou dor no peito, um estorvo cerebral,
num estrondo na estrada,
num tiro no escuro,
ou numa braçada de mar,
de repente, não mais que de repente,
iremos te encontrar.
E no teu abraço fortíssimo, rumo às estrelas,
presos a infinitude do que somos,
eternizados nos corações que nos amam,
Através de ti, iremos nos tornar.


terça-feira, 28 de outubro de 2008

DESCOMPASSOS



Com passos se fazem caminhos,
ora firmes, ora tão trôpegos,
rumos talvez ao nada,
que se transforma ora em vitórias,
ora em fracassos.

Com o nada não se faz história,
com passos o tempo vai discorrendo
como pólos que se atraem,
como grãos de areia pelos ventos levados
formando dunas ora aqui, ora acolá.

Com passos somos grandes, fortes
e seguimos rumo ao encontro
do pequenino e fraco desencontro
talvez do coração,
talvez da nossa razão!

Tal como deuses somos na maturidade,
linha numérica frágil da vida onde um menos um
se torna sons roucos e descompassados
na vida dos que amamos
ou que sonhamos amar!

E naquele se põe tudo o que resta
para a construção de um porvir.
É o contraste do tudo o que queremos ser
num universo sem rimas ou simetria
num quase poema de morrer na praia,

assim:

Quase chegou...
Quase beijou...
Quase viveu...
Quase amou...
Quase partiu...
Quase morreu...


É preciso fazer o quase tornar-se presente,
porque no amanhã tudo se esvai

e o nosso passado então jamais futuro será...

domingo, 19 de outubro de 2008

RECORDAÇÃO




Olho atrás a estrada...
Distante a vida que passou.
Revejo imagens que mesmo passado o tempo
dentro de mim ficou.

Teu jeito de caminhar,
os passos lentos e firmes,
seguindo dias à fio
rumo a construção.

Parado, mãos cruzadas às costas,
calejadas por tijolos, cimento e cal.
Olhos tristes sempre mirando estradas distantes,
- vontade de voltar!

Depois tu pastirte para longe
para nunca mais voltar...
Está com o Pai,
o pai qu'eu aprendí a amar!