quinta-feira, 26 de março de 2009

JOGO DE DNA




Ligo a televisão.
Na telinha imagens mostram-me um corpo...
se desfazendo ao longo do tempo.
Dois esqueletos bailam num “suave é a noite”.
E suas células partem-se e se repartem às minhas vistas.
Uma morre e outra nasce num indo e vindo
de vida microscópica e infinita.

E sou eu que morro e renasço
em instantes, em um dia.
Sou eu que me fito por dentro e por fora
em rápidas mudanças de tempo.
Se alguma coisa se atrofia por dentro,
transformações ocorrem por fora.

E isso sou eu!

Sou uma célula corrompida.
Sou uma ruga, uma estria.
Um olho opaco,
Um osso poroso.
Um músculo atrofiado,
Uma veia meio entupida,
Um coração cansado.

Mas ainda gente sou!

Na telinha vislumbro tais coisas?
Sinto-me adolescente,
quase criança sou,
Num emaranhado de conhecimentos do tempo
Que há muito já passou.

E meu espírito mais velho
ainda novo continua
Nos trinta anos ainda estou.
Vou partir mas vou contente,
Deixo-te sorridente me lembrando
No DNA que chegou.

2 comentários:

Vanessa Anacleto disse...

Parabéns pela filha poeta. E não é que a mãe faz rima também? Deve estar no DNA.

Abraço.

Maze Rodrigues disse...

Obrigada pela visita Vanessa.
E pelo apreço pela minha filha poetisa...


Arrisco cá minhas rimas, meus brancos versos e vou levando a vida.
Deve conter alguns DNAs sim, por quê não?
Um abraço