terça-feira, 4 de novembro de 2008

IRMÃ MORTE



Irmã que ninguém gosta de pensar.
Gêmea da vida, siamesa negada,
jamais esquecida, quase nunca mencionada.
Estás do lado de fora,
em qualquer esquina,
em qualquer bar.
Intrínsicamente ligada qual mãe
ao cordão umbilical.
À alguns um tanto quanto ansiada
já por outros jamais lembrada.
No entanto, eterna companheira,
invisível a perscrustar os passos,
a cada caminhar, num doce olhar.
E de repente todos os segredos
da vida por ela serão revelados.
E através de leve suspiro
ou dor no peito, um estorvo cerebral,
num estrondo na estrada,
num tiro no escuro,
ou numa braçada de mar,
de repente, não mais que de repente,
iremos te encontrar.
E no teu abraço fortíssimo, rumo às estrelas,
presos a infinitude do que somos,
eternizados nos corações que nos amam,
Através de ti, iremos nos tornar.


2 comentários:

Ariane Rodrigues disse...

Queria aproveitar o ensejo da temática e sugerir a leitura do último post da Nina que dialoga bem com o teu. É http://golfinina.blogspot.com/2008/11/devia-morrer-se-de-outra-forma.html
Beijo querida!

Wesley Viana disse...

A morte é a irmã bastarda de toda a humanidade, o membro da família que sempre renegamo mas que vem sempre ao nosso encontro.